quarta-feira, 10 de junho de 2009

Proposta para Sobre-Cobertura da sede da FAU-USP


Saiu no Vitruvius um projeto bastante interessante para a reforma da cobertura do edifício da FAU, obra do mestre Artigas. De autoria do arquiteto Pedro Paulo de Melo Saraiva, a solução proposta modifica a original, entretanto, me pareceu brilhantemente elaborada ao resolver de forma simples os demais problemas embutidos além da óbvia resolução das águas pluviais.

o projeto pode ser acessado neste link


abraço a todos

10 comentários:

  1. Interessante! Boa solução, por mais que nós possamos querer manter a estrutura original de um modo saudosista, mas convenhamos o que está lá é muito decadente, não houve manutenção e agora a intervenção vai ter q ser um pouco radical, mas mesmo assim acho que vai manter as características originais do projeto sendo um projeto bem acertado.

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  2. Tá bonito.
    Pode avisar lá q eu deixei fazer.

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  3. a ruína moderna é uma bobagem. coisa de gente que quer parecer erudito...

    em segundo lugar teria que ser "ruína modernista".. pois no significado 'ruína moderna' me parece uma contradição muito além da minha capacidade intelectual ou alguma obra de algum arquiteto dos anos 70/80.. cenografia brega pós-moderna..

    "como se fala bobagem com ar de coisa séria." - oscar niemeyer.
    (isso vale pro meu comentário tb..)

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  4. Não entendi a afetação da crítica. Mesmo assim, irei falar um pouco mais a sério sobre a brincadeira que fiz.

    Sabes muito bem que a questão da ruína foi (é), algo de extrema importância para história da arquitetura. Talvez a crítica proceda no sentido de isto ser um fetiche.

    Mesmo assim, se não fossem as visões romantizadas (fetichizadas) de um Piranesi sobre Roma, muito se perderia na disciplina. Em relação à ruínas no estado presente, se pode citar tanto um Soane como um Saarinien, na medida em que seus projetos tambem eram imaginados como belas ruínas. Os comentários de Hitler são taxativos: que belas ruínas esses belos prédios dariam...

    Para finalizar, palavras de Corbusier a Maulraux, sabendo da tomada de Brasília pelos militares: irão destruír Brasília, mas que belas ruínas terão.

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  5. ui. ficou magoada.

    não é a toa que tu é o 'belo', olha quantos belos tem na tua bela argumentação!

    Evidente que o tema da ruína é importante na história. O que eu acho desnecessário é essa fetichização dos conceitos, ao ponto de torná-los outra coisa que não aquilo que era originalmente.

    As gravuras de Piranesi, muito bem lembradas por ti, são fontes de inspiração para o que vem depois, não apenas na questão imagética do edifício e sua caracterização. Além disso, i carceri (prisões), também de Piranesi, são inspiradoras também em novas concepções espaciais que vão surgir posteriormente, e na minha "singela" opinião mais importantes que as ruínas..

    Outra coisa é ver um edificio moderno sem manutenção e falar de ruína moderna, modernista ou sei lá o que.. isso eu não sei de importância para a história.. e não vejo nenhuma associação com Piranesi.

    Quanto às citações, são fatos históricos curiosos.. mas sem grande importância para a história da arquitetura, Brasília ta sendo destruída não por depredação, e sim, por mais construção..

    abraço,

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  6. É justamente neste sentido que citei Piranesi, no da criação de "nova" arquitetura. Daí a importância. Talvez não me tenha feito entender.

    Quanto ao "parecer erudito", realmente não foi intenção consciente. Acusações desse tipo devem ser medidas antes de serem redigidas, visto o arrependimento do interlocutor em vários momentos deste blog, quando apaga seus comentários (ver post sobre AACRT e mais recentes).

    Se realmente a intenção é aumentar o nível das postagens e discussões, definir os comentários dos outros de bobagens e putices é, no mínimo, um contradição.

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  7. Caro amigo Guilherme,

    Eu acho que a minha explicação no comentário anterior foi suficiente pra explicar minhas razões quanto eu achar esse negócio de ruína moderna uma bobagem. Quanto ao valor do conceito da ruína para historia de arquitetura, isto é outra coisa, e neste tópico concordo plenamente contigo.

    Eu só não entendo o porque de tu ficares tão mexido com meu comentário, afinal tu é sempre um dos primeiros a falar que alguma coisa é bobagem ou fetiche com ar de censor.

    Não basta tu ser o 'belo', vale lembrar que tu é o 'déspota', e como tal o 'despotismo' só vale quando parte da tua pessoa..

    Agora veste o chapéu, negão!

    Quanto o caso do AACRT, reafirmo quantas vezes tu quiser que eu acho um edifício ruim. O problema foi a forma com que escrevi, que eu não imaginava chegar aos autores do projeto, com os quais não tenho intimidade pra dizer de forma tão direta o que penso quanto tenho com vocês.

    Não é da minha índole ficar racionalizando ou relativizando a crítica, ao ponto de dizer que certas coisas que foram feitas por aí têm qualidade só por que a cena local é deprimente..

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  8. Ui! Acho q vão rolar unhadas.
    ehehe
    Na verdade acho que tb a ruína recaptulada pelo romantismo tb era um fetiche e, a princípio, uma bobagem, mas a argumentação em cima desse episódio e sua influência tornaram relevantes as manifestações nesse sentido. Por isso, apesar de tb achar um fetiche essa história de ruína moderna, não desconsidero a possibilidade dessa discussão remeter a algo relevante, além da admiração que o amigo Guilherme tem frente à qualidades da arq. moderna devido sua durabilidade (concreto: claro que não como a pedra) e à impressionante monumentalidade e pureza formal que, em ruínas, talvez remetessem à algo como Gizé.
    Portanto não acho tanta bobagem assim. Acho que vale a discussão, sem com isso dizer que seja o assunto mais relevante a ser abordado no momento.

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  9. Acho que o problema da ruína moderna (modernista) neste caso fica um pouco além do filosófico e cai no real dilema da utilização e descaracterização do espaço.
    Como o prédio da FAU-USP ainda é utilizado ele precisa ser requalificado, afinal de contas ele precisa de condições para exercer a sua função de faculdade, como por exemplo não ter goteiras...Não havendo uma intervenção consciente e bem planejada o que acontece é o que nos vemos na foto que eu tirei e postei, se vocês repararem bem tem um “telhadinho” em uma parte e uma tela para conter a chuva. Essas pequenas intervenções vão destruindo o partido original do projeto e certamente antes do prédio se tornar uma “ruina” ele estará tão descaracterizado que não terá valor algum para a história da arquitetura.

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