quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Plebiscito IDIOTA!!!!

Mais uma vez estamos diante de mais uma prova da total insuficiência mental de nossos governantes e da população de Porto Alegre.
O plebiscito forjado na ignorância, que não sabe nem o que está em jogo, vai decidir neste domingo entre o inferno e o purgatório para a área do estaleiro.
A humildade é a virtude mais valiosa nos dias de hj, em que somos dominados pelo pecado capital da soberba, sem perceber que nos destruímos um pouco mais a cada dia.
Considerando o estado das coisas é que me sinto cada vez mais mudo diante da falácia da ECOidiotice versus o interesse inescrupuloso da especulação imobiliária.
Só me resta rezar para que a crença no céu e no inferno seja a verdade universal e que os pecadores queimem no fogo do inferno, depois desta idade de trevas que enfrentamos na arquitetura e no urbanismo.

Ass. DEUS

13 comentários:

  1. Eu sei que ando meio religioso. Desculpem. É o que me resta.

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  2. Que fúria heim loco!
    Eu acho que o poder público se abstém das suas obrigações quando convoca um plebiscito dessa natureza. Tenho para mim que o governo deveria ser capaz de julgar e intervir numa questão desta natureza, que é a urbanização de Porto Alegre e ao se abster joga para a população (prestem a atenção não estou sendo despótico só coerente) que não tem noção do todo dos planos de urbanismo a decisão para depois dar uma de Pilatos e lavar as mãos (continuando o tema bíblico do caro colega de blog).
    Sim estamos decidindo migalhas, mas mesmo assim acho importante participar do plebiscito, pois ainda é a única forma de fazermos alguma coisa para intervir.
    Mas vou abrir uma questão, o que seria daquela área abandonada da orla se ninguém tivesse pensado em utilizá-la? Será proposital esse descaso?

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  3. O descaso não é proposital. Faz parte da inércia governamental com as áreas abandonadas da cidade, mesmo as de grande potencial para a cidade, como é o caso.
    Esse empreendimento nasce pra salvar a massa falida do estaleiro que não recebeu parte do dinheiro que lhe era devido.

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  4. O foda é que vai ser uma area particular, privada. Eu nao sou contrario usar aquele espaço para algum empreendimento, pricipalmete se for ligado ao lazer e esportes, mas pelo que me consta, somente quem comprar um imovel ali é que terá o direito de usar a area.
    ai não rola!
    e a consulta que vão fazer é totalmente parcial, pois não se fez nenhuma campanha para esclarecer a situação..
    abraço!
    Daniel

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  5. bonito texto. a indignação é um bom motor pra ti Mx. Parabéns e que tu siga te indignando com esses cenários idiotas que vemos serem montados com certa recorrência.

    por fim gostaria de dizer uma coisa: só acredito em vida urbana em áreas que possuem mix de funções e certa densidade habitacional. Quantas cidades do mundo tem suas orlas habitadas? seria bom fazermos um estudo comparativo pra ver os prós e contras de cada situação. É uma questão que porto alegre tem que enfrentar para o seu futuro, inclusive na questão do cais do porto.

    Além disso, acho que essa questão pode ir além da mera abordagem sobre as orlas e, sim, abarcar todo modelo urbanístico de porto alegre que reproduz em termos hediondos o modelo modernista monofuncional baseado no automóvel, algo completamente anti-ecológico, por sinal.
    Nesse final de semana estive no Rio de Janeiro e me bateu um misto de depressão e inveja por ver que a capital carioca é muito mais 'cidade' que nossa "incrível" Porto Alegre. Fiquei realmente emocionado com a vitalidade da vida urbana carioca; muita gente na rua, explorando a cidade, convivendo nos barzinhos, simplesmente passeando no final de semana ou indo ao comércio de rua. Estava conversando com amigos e fiquei envergonhado ao dizer que em Porto Alegre não existem mais cinemas de rua.. É realmente um Porto nem tão Alegre assim..

    O que os entusiastas do "Não" não se deram conta é que a cidade já foi privatizada, o espaço público foi "interiorizado" nos shoppings, e aí eu tenho que concordar com o Lineu, é lá que a vida urbana está aconcendo, pelo menos em Porto Alegre (com a exceção de alguns redutos que tentam resistir pois apresentam aquelas condições que citei acima - mix de funções e densidade habitacional) sem citar o paradoxo final do camelódromo.

    Espero que a nossa geração consiga inverter esse cenário deprimente que vem transformando porto alegre numa cidade triste, com uma vida urbana sem imaginação, totalmente vigiada e controlada, repleta das exigências e exclusões feitas pelo espaço privatópico dos shoppings, mas sem cairmos nessas discussões maniqueístas e intermináveis, baseadas na repetição quase esquizofrenica de bordões previamente escolhidos de acordo com gosto ideológico de cada grupo que, ao fim, não levam a lugar algum e nada dizem.

    Parecem papagaios repetindo as palavras de seus donos..

    abraços,

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  6. Deu "NÃO". E agora? Qual o próximo passo?
    ???????????

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  7. Caro Ollag (em primeiro lugar isso parece nome de viking, Ollag o bárbaro hehhehehe).

    Concordo com a vitalidade que trás a diversidade de funções a um lugar, mas não tenho certeza se seria respeitada a liberdade de toda a população interagir com esse espaço sendo ele residencial.
    Se eu não me engano vi varias reportagens de reclamações de moradores do Rio de Janeiro que tiveram o seu direito de ir e vir na tão bela orla que tu dizes ser de livre cerceado, por muros de condomínios fechados de moradores que se diziam encurralados pela violência e simplesmente resolveram fechar a sua rua....
    Será que não ocorreria o mesmo neste Porto não tão alegre (como tu cita), mas que no entanto me trás encanto e num pôr-do-sol me traduz em versos...(Trocadilho Mx, hehehe)

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  8. Bom.. o que eu posso dizer?

    Foi só a minha impressão de áreas do Rio que visitei que considerei exemplares em termos de vitalidade urbana. Cito aqui bairros cariocas como os conhecidos Ipanema e Leblon, que evidentemente são bairros com certa concentração de renda, algo que ajuda a manutenção do bairro. Mas mesmo em bairros menos privilegiados, como humaitá, botafogo, glória, flamengo, etc. a vitalidade urbana me pareceu bem mais interessante do que vemos aqui em porto alegre.

    Evidentemente, os motivos são diversos e eu não consiguiria expressar aqui de forma integral, mas posso sugerir algumas suposições: boa parte da cidade foi densificada há bastante tempo, antes que os ideiais modernistas tomassem conta dos planos diretores, mantendo o modelo rua-corredor com comércio no térreo; a topografia do Rio, com poucos lugares de ocupação, propiciou um uso mais intenso do solo acarretando em densidade e em uma cidade mais compacta; A expansão da cidade em moldes modernistas foi realizada além de seus limites a partir dos anos 60 em bairros como São Conrado e Barra da Tijuca tirando a pressão sobre bairros consolidados (algo que livrou diversos imóveis antigos de demolição, algo bem comum em porto alegre; fiquei comovido com a quantidade de patrimonio histórico encontrado por lá, convivendo tranquilamente com ocupacoes mais novas)

    Quanto à questão da violência não acredito que isso seja culpa do modelo espacial da cidade, e sim de uma política habitacional e social que o país vive, em conjunto com outros aspectos mais perversos da nossa sociedade, como corrupção e impunidade, em especial no caso do Rio, a corrupção na polícia. Infelizmente arquitetura não pode resolver tudo. Como dizia o Niemeyer, o problema do Brasil não é de arquitetura, é de miséria.

    Mas se serve de alento pra ti, me sinto muito mais seguro numa cidade em que exista vida urbana nas calçadas, com gente circulando e convivendo, do que em cidades que privelegiam o deslocamento motorizado e o encarceiramento como forma de promoção da vida social.

    Acho que devemos tentar fazer avaliações tentando excluir as paixões. Já fazem 22 anos que moro em Porto Alegre, uma cidade que aprendi a gostar e por isso me preocupo tanto com seus rumos. Mas algo que me deixa realmente incomodado é esse bairrismo que sacraliza Porto Alegre como algo "incriticável", que nos impede de aceitarmos nossos defeitos, fetichiza nossos valores e qualidades e não permite nos espelharmos nas conquistas de outros lugares.

    Cada vez mais me convenço que realmente o bairrismo é a primeira coisa a ser derrotada no RS pra voltarmos a avançar e nos desenvolver, para nos reinventarmos e reinserirmos no Brasil e no mundo nesse século que começa. Será que só eu que acho que o RS não tem mais o papel que possuia no Brasil e que o bairrismo contribui e muito para tal?

    abraço,

    PS.: nas orlas onde fui no Rio não tinha nada cercado, não fui na Barra..

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  9. Desconheço esse caso citado por Melchiors. Sou morador do Rio e na Barra não existe praia cercada, muito menos na Zona Sul (Ipanema, Leblon, São Conrado...) - excluindo a praia Vermelha que é pequena e pertence a um quartel - talvez ele tenha confundido com os grandes condomínios do litoral gaúcho, que ignoram completamente a existência de um mar tão próximo e agradável.

    E concordo com Ollag que o pior de Porto Alegre é o pensamento provinciano e bairrista dos habitantes, que faz da cidade pequena e excludente. Discutem incansavelmente o seu pequeno mundinho, defendem fervorozamente seus valores medíocres e falsos, vivem uma vida ditada por um moralismo degradante e ultrapassado.

    Feliz daqueles que conseguem enxergar por cima do muro que cerca a cidade e ver que a vida e o mundo é muito mais do que o seu pequeno feudo.

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  10. E qual o próximo passo para melhorar a Orla ali no estaleiro? Ou vamos nos satisfazer com um "NÃO"?

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  11. E por cima do muro do feudo vemos o Brasil, que para alguns se resume a Rio de Janeiro e São Paulo...
    A respeito do fechamento das ruas caro morador esclarecido do Rio de Janeiro, eu estava me referindo ao fechamento das ruas que dão aceso a orla e não a orla, pois a orla pertence a todos...
    Gostaria de lhe informar que existe um decreto polêmico de 2003 (Decreto Municipal 23.084, de 01 de julho de 2003, do Rio de Janeiro) que permite o fechamento de ruas e tem causado grandes controvérsias... Como a descrita abaixo...
    Mesmo no feudo temos Google...

    Notícias

    Copacabana
    Fechamento de rua por síndico cria polêmica

    14/2/2005 - O gradeamento de parte da Rua República do Peru, em Copacabana, que vem provocando polêmica entre os moradores, foi autorizado pela prefeitura. O síndico do prédio responsável pelo gradeamento, engenheiro Alberto Pereira, tem um documento assinado pelo secretário municipal de Governo, João Pedro Figueira, autorizando a instalação da grade em nome da segurança. Como noticiou Ancelmo Gois em sua coluna ontem, a grade isolou uma saída de emergência do metrô e impede o livre acesso até o fim da via pública.

    — Meu objetivo é dar mais segurança ao prédio, que tem cinco portas na beira da calçada, sem qualquer proteção de grades. Cumpri todo o processo legal, com aprovação da prefeitura e do metrô, que enviaram fiscais — disse o síndico.

    A direção do metrô negou que tenha vistoriado o projeto e informou que o departamento jurídico da empresa vai avaliar a questão nos próximos dias. Já a Secretaria de Governo confirmou a aprovação do projeto, mas negou que tenha enviado técnicos à rua. Diante da polêmica, fiscais irão ao lugar na segunda-feira para verificar se, no pedido de instalação de grades, houve sonegação de informações. Dependendo do resultado, a secretaria admite rever a autorização.

    Quem é contra a grade diz que a intenção do síndico é criar uma área de estacionamento exclusiva para os moradores e visitantes do prédio que administra, o de número 481.

    — Essa grade é um absurdo — reclamou Jacira Otero de Mendonça, sindica do prédio em frente ao 481. — Os moradores sempre respeitaram a área de segurança do metrô e não estacionavam na frente do portão. Depois que ele mandou instalar a grade, sempre há carros estacionados lá. Já tenho um abaixo-assinado com cem nomes contra a grade. Ele não pode se apossar da rua.

    Já o síndico diz que a grade, na verdade, coíbe o estacionamento irregular na saída de emergência do metrô.

    A multiplicação das ruas fechadas ou com guaritas foi facilitada pela prefeitura, há nove meses, através do decreto 23.084. O decreto diz que cabe ao prefeito a decisão final sobre instalar, manter ou retirar obstrutores em áreas públicas.



    Fonte: O Globo, 12/2/2005
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    http://www.sindiconet.com.br/informese/view_PSEO.asp?id=1512

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  12. O debate tá bom!
    De fato, companheiro Marcos, acho que o plebiscito idiota. Residencial + comercial ou só comercial é uma questão menor perto de tudo que circunda este projeto. E, talvez, se contentar com esta consulta popular seja seja muito ingenuidade minha, mas acredito que foi um primeiro passo.

    Acho que a pergunta "E qual o próximo passo para melhorar a Orla ali no estaleiro? Ou vamos nos satisfazer com um "NÃO"?" é muito pertinente. Eu não tenho uma resposta pronta, mas acho que não podemos ficar assistindo mais. Não podemos deixar para se manifestar só quando o governo chama.

    Sobre a questão da Orla, não acho que residencias sejam um problema. Este discurso de perder o pôr-do-sol, perder o guaíba me soa desesperado. Um exemplo não muito longe está no bairro ipanema, que concilia residencias e comércio na orla do guaíba e é um dos espaços mais frequentados pela população da cidade.

    Porém, a área do estaleiro, especificamente, considero um ponto crítico por ser um funil que liga o centro a zona sul. Uma urbanização massiva poderá causar congestionamentos imensos.

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  13. Primeiramente gostaria de parabenizar o Mx por seu bonito texto. Ta na hora de tu começares a escrever umas crônicas, pois tem muita criatividade.

    Sobre a questão do Pontal, me parece que ja havia sido decidido que nao se fariam áreas residenciais por lá... esse plebiscito foi algo em vão.

    A minha opinião é que seria possível conjugar a esfera doméstica e publica ali, claro que na dependência de projeto qualificado. Certamente a questão foi mal posta, mas, já é um começo para, pelo menos, as pessoas começarem a decidir mais democraticamente sobre a cidade.

    Era isso o que eu tinha a contribuir.

    Abraço aos amigos!

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