segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Uma cidade privada

Fiquei aterrorizado ao ver essa matéria na Zero Hora de hoje (10/11/08). Na matéria esse empreendimento visto na matéria abaixo é chamado de “bairro privado”, para mim está muito mais para uma “cidade privada”. “Queremos fazer do “bairro” um modelo de segurança – antecipa o diretor da Rossi.”.
Finalmente as pessoas vão conseguir o que queriam, comprar uma seu pedacinho de terra em uma cidade excludente, onde não haverá pobreza ou criminalidade. Assim é fácil “resolver” os problemas, simplesmente fechando os olhos e dizendo que eles não existem.




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ZERO HORA
10 de novembro de 2008

IMÓVEIS

Porto Alegre receberá projeto imobiliário de R$ 500 milhões
Com conceito de bairro empreendimento terá seis condomíniosUm megaempreendimento imobiliário deverá renovar a região próxima da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na Capital. O projeto da incorporadora Rossi, orçado em R$ 500 milhões, deve ser lançado no primeiro semestre de 2009 e prevê oito quadras privativas em uma região de 300 mil metros quadrados na Avenida Ipiranga.

Ao todo serão seis condomínios residenciais fechados (composto por apartamentos e casas), além de duas quadras comerciais, incluindo edifício de escritórios, centro de compras e um hotel com cerca de 120 apartamentos. O projeto ainda não foi concluído, mas o objetivo é estabelecer um novo conceito urbanístico em Porto Alegre em áreas ainda não saturadas, segundo a construtora. De acordo com o diretor da Regional Sul da Rossi, Rodrigo Martins, o conceito adotado é de um bairro.

– Cada vez mais o desenvolvimento imobiliário passa por buscar grandes áreas disponíveis fora dos bairros tradicionais. Esses empreendimentos envolvem a criação do que chamamos de novos bairros. Essa é uma das grandes áreas disponíveis dentro de Porto Alegre e próxima de tudo. O conceito é de um parque-clube, com baixa ocupação, muita área verde e espaço de lazer – detalha o executivo, acrescentando que o prazo para a execução total do projeto será de oito anos.

Sistema de segurança será um dos diferenciais

O empreendimento, que ainda terá o nome definido, é o maior gerenciado pela construtora Rossi no Brasil e deverá gerar aproximadamente 3 mil empregos diretos. No segundo semestre de 2009, está previsto o início das obras dos dois primeiros condomínios, com prazo de 30 meses para conclusão a partir do começo da obra.

Em um dos condomínios serão construídas cerca de 40 casas e três edifícios de 12 pavimentos. Em cada andar, haverá quatro apartamentos.

O segundo condomínio também terá cerca de 40 casas e cinco prédios de 12 pavimentos: serão dois apartamentos por andar em uma das torres e quatro por andar nas demais. Os imóveis contarão com três ou quatro dormitórios, com preços ainda não definidos.

Cada condomínio terá sua estrutura de lazer própria, com piscina aberta e piscina coberta, quadra poliesportiva e quadra de tênis, academia de ginástica para os moradores e área de playground, entre outros diferenciais.

– Esse é um empreendimento voltado para as famílias. É um produto classe A, mas a gente quer torná-lo acessível também para uma boa faixa da classe média, lançando (os apartamentos e casas) com um valor competitivo – explica Martins.

Outro diferencial apresentado para o projeto está baseado em uma nova proposta de segurança privada para o local. Cada condomínio fechado terá controle e monitoramento próprios, mas a idéia é de que haja um segundo sistema de segurança para toda a região, com câmeras e vigilância.

– Queremos fazer do “bairro” um modelo de segurança – antecipa o diretor da Rossi.

8 comentários:

  1. Qual autoridade eles possuem para monitorar as áreas públicas?

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  2. Aconselho a construção de uma muralha com seteiras para que os arqueiros oficiais da Rossi possam dirimir qualquer invasão bárbara que ocorra por parte da população extra-muros (ECA!!) que de alguma forma tente conquistar a força o direito a um espaço urbano de qualidade, já que a cidade esqueceu deles, pois os governantes (intra-muros) preferem suas negociatas ao investimento na criação e qualificação dos espaços públicos da cidade.
    Como diria o Peter Eisenmann: "é o fim do fim!"

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  3. É algo extremamente complicado isso. Mas vejamos o outro lado da moeda. Quem quer segurança vai pra onde? Concordo plenamente que essas coisas são absuros urbanos, mas e aí?

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  4. E aí que é nosso dever como arquitetos e URBANISTAS denunciar que as cidades estão cada vez mais extratificadas e certas áreas em quase total degradação pq o poder público não atua nelas.
    Todos sabemos o quanto é complicado o problema, e nossa impotência é agoniante.
    Nos resta não nos calarmos e agirmos da forma que nos for possível para mudar essas coisas. Uma forma é criticar aqui no blog. Talvez alguém mais um dia leia.
    Abraço.

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  5. Segundo o amigo Gallo, URBANISMO não existe... Nosso blog é mais um desabafo pessoal mesmo, não creio que vá servir pra alguma coisa de fato. Bj MrCaOs (que coisa gay hein, ainda mais com essas letrinhas maiúsculas e minúsculas).

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  6. Esse nome não é gay. Mas fetichizado. É algo q tem uma história particular e sentimental, mas não é gay. Tu que é gay.

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