terça-feira, 24 de novembro de 2009

Uma peça legal


Julio Conte
http://julioconte.blogspot.com/2009/11/larissa-nao-mora-mais-aqui.html


Parece uma peça legal, ainda não vi, mas trata de um assunto bem arquitetônico.

Vai rolar dia 1,2,3 e 8,9,10 de dezembro 21h

No teatro Hebraica - General João Telles,508

ARGUMENTO

As grandes cidades para agregar uma quantidade maior de pessoas em lugares privilegiados acabaram criando os grandes edifícios. Lugares centrais e de grande fluxo tiveram sobre sua área grandes construções com o que havia de mais moderno e avançado. Porém o tempo foi gradativamente corroendo as estruturas e os edifícios foram decaindo. A conseqüência foi a criação de um cinturão de pobreza em volta. Este fenômeno determinou o afastamento de moradores dos centros urbanos e a ocupação de uma população pobre em torno. Os edifícios de luxo destes lugares entraram em franca decadência. Tornaram-se monumentos ao passado e sofreram uma drástica mudança em seus condomínio. Antigos proprietários, profissionais liberais, empresários, representantes das classes dominantes e aristocratas deram lugar a estudantes, trabalhadores assalariados, biscateiros vivendo de pequenos bicos, atores, escritores e e aventureiros vindos do interior ocupam o então luxuoso prédio agora com alugueis aviltados. A voracidade do mercado por sua vez passa a mudar a fotografia da cidade de forma constante. Prédios antigos ora transformados em pardieiros e em “balança, mas não cai” sucumbe à especulação imobiliária e dão lugar a modernos empreendimentos, escritórios executivos, salas inteligentes, informatizados e auto-sustentáveis, ecologicamente correto, usando material reciclado e de alto nível prontos a servir a um cliente cada vez mais rico e mais exigente. A destruição de patrimônio arquitetônico não dá conta das milhares de vidas que ali passaram, construíram, tiveram filhos, se separaram, amaram e morreram.

SINOPSE

LARISSA NÃO MORA MAIS AQUI é uma história destas. O Edifício Comendador Siqueira foi criado nos anos 50 como ultimo grito na construção civil. Apoiado na euforia de um Brasil campeão do mundo foi investido de todas a regalias que o ufanismo utópico podia oferecer. Elevadores com pantográficas. Recepção com amplos arcos e grandes corredores, quartos imensos e pé direito alto marcaram o uso exorbitante dos espaços. Os primeiros moradores viveram o apogeu do prédio, mas e criou em torno pequenas favelas para albergar a mão de obra necessária para manter o luxo. Aos poucos a decadência toma conta e o mar de favelas cresce em torno do Edifício Comendador Siqueira. Os alugueis caem e os novos inquilinos tentam manter a dignidade de suas vidas nos dias de hoje. Até que novas propostas do mercado imobiliário de compra do edifício e subseqüente demolição para criação de um ultra moderno super centro de negócio totalmente auto-sustentável e ecologicamente correto é projetado. A história dos últimos moradores do edifício combina com um retrato social da nossa sociedade, ilhada, oprimida, falida, moralmente indecisa e assustada.
A trama começa com a proposta de demolição ao qual os moradores tentam resistir. Entendem que aquele lugar representa uma cidade que eles sonharam e não aceitam de modo algum o oferta de compra pelo pull de investidores.
A partir de então vemos os o dia-a-dia dos moradores e toda a gama de pessoas que vivem no edifício.

2 comentários:

  1. Realmente parece interessante... Mais uma vez surge a questão da ruína moderna... Não fica brabo João!

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  2. ihhh.. tinha ficado engasgado, não precisava ficar te reprimindo guilherme..

    agora, quanto a questão da (tão venerada) ruína moderna, acho que pode até ser, mas pode depender também da interpretação de cada um..

    "(...) Recepção com amplos arcos..", seria uma inspiração na arquitetura do Oscar?

    abraço a todos!

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