Lembrando que a função deste blog é discutir arquitetura, e as opiniões expressas aqui são apenas opiniões particulares, longe de acharmos que um ou outro é dono da verdade. Se alguém discorda de algo que foi escrito aviso que o site está aberto para toda e qualquer opinião.
Interessante esta casa. Realmente faz considerações ao seu entorno, em relação tanto a pré-existência quanto à questão de un genius loci muito bem caracterizado. O tratamento um tanto quanto lúdico das estrias de madeira faz jus ao momento presente. Um típica arquitetura "contemporânea", em que a diversidade comparece.
ResponderExcluirNo entanto, se nota que a obra apresenta estética um tanto quanto discutível. Dirão que beleza é relativa. Mas convenhamos, de bonita esta casa não tem nada. Talvez este seja um objetivo antiquado, importanto sim a "pertinência"... mesmo assim, considero a beleza fundamental.
O título do post deveria ser "Interessante Casa" e não "Bela casa".
ResponderExcluirTalvez eu concorde que ela não se encaixe nos padrões de beleza estabelecidos(nunca bem definidos)atualmente entre os arquitetos. Mas considerando os aspectos que cometaste, aliado à riqueza no tratamento dos materias, revestimentos, níveis e espaços, posso te dizer q a mim ela parece bastante bela.
ResponderExcluirMas eu entendo o que tu quer dizer. É algo como que uma vila palladiana mereça mais este adjetivo.
ResponderExcluirConsiderando a diferença na pompa, talvez o que explique isso seja aquela natural busca do olho humano em relação à ordem. Qualquer ritmo, simetria ou relação de proporção faz com que o homem se sinta menos perdido na natureza trazendo sensação de compreensão (domínio) do objeto.
Mas isso se torna questionável, pq vários outros fatores podem influenciar na determinação da beleza, vide alguns exemplos como Ronchamp e o próprio museu Iberê Camargo.
O museu Iberê Camargo é bonito? Será que Ronchamp seria considerada uma grande obra se não fosse de Corbusier? Eu sei que pode parecer uma discussão rasa, e que isso talvez não importe mais nos dias de hoje...
ResponderExcluirParticularmente acho o museu de Siza interessantíssimo, porém destituído de beleza.
SÉRIO?!!!
ResponderExcluirPode ser que seja uma beleza pitoresca, mas DESTITUÍDO DE BELEZA acho um exagero.
Eu acho o Museu Iberê um prédio muito bonito.
ResponderExcluirAh! Quanto a Ronchamp com certeza este prédio fazer parte da obra de um arquiteto como o Corbusier ajudou a formar a fama da capela.Uma obra de ruptura.
ResponderExcluirMas posso te dizer que se fosse feito pelo Zé das Coves eu continuaria a achar o prédio bonito. E é por isso que falo que temos que ter muito cuidado com as "regras" e conceitos de beleza que inventam para a arquitetura, para que estejamos sempre abertos a apreciar manifestações como estas ou até mesmo de um Venturi por exemplo.
achei interessante (e bonito) o tratamento esteotômico das fachadas que ajudam no assentamento harmonico da casa ao terreno em declive. Em conjunto com outras sutilezas, como as janelas de canto, acredito que essa obra se enquadra naquela categoria que estávamos discutindo dias atrás: uma arquitetura correta. Sem maiores pretensões, mas que atenta a simples questões arquitetônicas, parece fornecer uma resposta adequada ao "problema" que estava em questão: a construção de uma casa em sítio bucólico, próximo à pré-existencias que reforçam ainda mais o genius loci. (como foi levantado pelo guilherme)
ResponderExcluirInternamente, a casa segue cativante por uma ambígua relação ocasionada pela tensão entre simplicidade dos materiais utilizados e a sofisticação dos acabamentos e texturas dos mesmos. A riqueza dos espaços interiores, relembram em alguns momentos a espacialidade do raumplan de Loos, e junto a luminosidade interna proferida por conjunto de janelas que animam o volume prismatico da casa conferem ambientes que parecem ser muito agradáveis para a permanência.
Concordo que esta obra não enquadra nos termos de beleza que o Guilherme se refere, que eu acredito que seja a beleza clássica ou de viés clássico. Acho que nem seria o caso, na minha opinião comprometeria o caráter da casa. O que não posso concordar é considerar belo somente este tipo de beleza. Até me sinto meio ridiculo falando nisso, pois certamente me faltam bases pra falar sobre este tema. Porém talvez este seja um tema superado, já tratado no século XVIII e XIX quando da discussão de qual estilo adotar em determinadas obras, alguns preferiam o neoclássico, outros o gótico. Tampouco acredito que a arquitetura possa ser analisada somente à luz da beleza, evidentemente que em alguns casos isso seja extremamente importante, mas acho que a resolução arquitetônica como um todo é um fator muito mais importante que a aparencia primeira da obra, por esta razão acho que a arquitura da fundação iberê camargo bela.
Acho que esta é a questão central: achar a arquitetura bela e não apenas a sua forma externa. E mesmo assim, eu acho a forma do "Iberê" bela, mas aí entram questões de gosto, e gosto não se discute.
Penso que depois deste comentário de altíssimo nível poderíamos passar para um próximo post.
ResponderExcluirJustamente por estas questões que eu frisei ser uma discussão e conceituação antiquada de minha parte. Na verdade se tratavam de provocações no sentido de aflorar o lado crítico-analítico dos colegas.
obrigado por me fazer aflorar.
ResponderExcluirAcho importante discutir o que leva as pessoas a decidirem certas coisas a partir da sua intuição inconsciente de "beleza". Acho que isso é muitas vezes determinante até mesmo na valorização do trabalho do arquiteto, e é um dado a mais para lidarmos, claro que considerando todo o conhecimento já levantado sobre o tema.
ResponderExcluirLembro que muitas vezes o motivo que leva uma pessoa a adquirir certo imóvel é se ela acha "bonito" ou não. Mesmo que um julgamento raso e inconsciente acho que isso já pode causar um efeito importante o suficiente para ser discutido.
Também acho importante discutir o que nós arquitetos entendemos por "beleza", que me parece algo mais aprimorado mas não muito diferente em relação ao anterior. E a palavra que me parece chave na discussão e comum nos dois casos é "repertório". Que talvez me falte para discutir o tema,assim como tb afirma o amigo, mas mesmo assim acho importante fazê-lo com o arsenal que temos, como forma de exercício e aprimoramento dos conhecimentos individuais.